Elegia Do Adeus A Mais por José Geraldo Wanderley Marques
Em 1974 eu publiquei um livro de poesias intitulado " Não sei quantas vezes adeus ou as novas cantigas d'amigo e d'amor". Esgotou rápido. Ontem estive pensando em publicar uma segunda edição ampliada e escrevi a primeira poesia para a ampliação
Elegia do Adeus a Mais
Anoitece velozmente
Na praia da Ponta Verde
As estrelas que antes lembravam vagalumes
Estão planetariamente paradas
Há uma lua vacilante vagando entre as nuvens
E a brisa cessou de sussurrar arrulhos
Nas folhas dos coqueiros
Não pergunto por que se fez
Tão silencioso o tempo
A resposta já conheço:
Fomos nos que nos calamos
Primeiro e para sempre
Por entre os nós do nosso tempo
Deixemo-nos esconder os verbos
Que tão mal conjugamos
Os adjetivos fora de órbita
Deixemo-los trancados
Para sempre na memória
Um adeus a mais um adeus a menos
Não fará mal a nenhum dos dois
Já tão mal acostumados
Partamos feito relâmpagos
Pois há um tempo ex
Correndo em nossas veias!