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Academia Santanense de Letras, Ciências e Artes

Elegia Do Adeus A Mais por José Geraldo Wanderley Marques

29/11/2022

Em 1974 eu publiquei um livro de poesias intitulado " Não sei quantas vezes adeus ou as novas cantigas d'amigo e d'amor". Esgotou rápido. Ontem estive pensando em publicar uma segunda edição ampliada e escrevi a primeira poesia para a ampliação

Elegia Do Adeus A Mais por José Geraldo Wanderley Marques

Elegia do Adeus a Mais

Anoitece velozmente

Na praia da Ponta Verde

As estrelas que antes lembravam vagalumes

Estão planetariamente paradas

Há uma lua vacilante vagando entre as nuvens

E a brisa cessou de sussurrar arrulhos

Nas folhas dos coqueiros

Não pergunto por que se fez

Tão silencioso o tempo

A resposta já conheço:

Fomos nos que nos calamos

Primeiro e para sempre

Por entre os nós do nosso tempo

Deixemo-nos esconder os verbos

Que tão mal conjugamos

Os adjetivos fora de órbita

Deixemo-los trancados

Para sempre na memória

Um adeus a mais um adeus a menos

Não fará mal a nenhum dos dois

Já tão mal acostumados

Partamos feito relâmpagos

Pois há um tempo ex

Correndo em nossas veias!

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