Darras Noya
Darras Noya
Cadeira Nº 6
✩1917 †1979
Darras de Albuquerque Noya, nasceu em 25.10.1917, na cidade de Pão de Açúcar. Filho de José Rodrigues Noya e Antônia Rosa de Albuquerque. Família permaneceu na cidade até os seus quatorze anos. Nos anos 30 a família mudou-se para Santana do Ipanema. Nesse período, inicialmente exerceu a atividade de comerciário. Atuou também no Educandário Escola Santana, como diretor de disciplina, na gestão do diretor Floro de Araújo Melo. Intelectual dedicado às artes integrou elenco dos músicos da Filarmônica Santa Cecília, nos anos 30, sob a regência do maestro José Ricardo Sobrinho. Inclusive, em parceria com o maestro, compuseram várias marchas carnavalescas.
Participou intensamente do movimento teatral da cidade. Dirigidos por Augusto Almeida, encenaram vários espetáculos , inclusive em Maceió, no teatro Deodoro.
Casou-se em 1939 com Marinita, que passou a assinar Marinita Peixoto Noya(1914-1973) professora que chegara a Santana do Ipanema juntamente com outras professoras nomeadas pelo Governo do Estado para revolucionar e dinamizar o ensino local, além mudar os destinos da sociedade santanense e de muitos rapazes da época. Muitas se casaram aqui na terra. Além de professora, foi diretora do Grupo Escolar Padre Francisco Correia. O casal teve dois filhos: Jose Peixoto Noya \"Zé Neto\" (1943-2015) e Nestor Peixoto Noya (1940-2016).
Em Santana, Darras dedicou-se a diversas atividades ligadas às artes e às tradições. Integrou a banda jazzística “Seresteiros do Sertão”, como percussionista do grupo. Bastante integrado à comunidade, esteve presente a inúmeras manifestações artísticas e culturais da sociedade santanense. Participou ativamente do Rotary Clube.
Ingressou no serviço público em 1948, como servidor do Departamento dos Correios e Telégrafos. Assumiu o cargo de telegrafista em Maceió AL, onde permaneceu por alguns meses. Em seguida, foi transferido para Santana do Ipanema, para exercer o cargo de Agente postal telegráfico (Chefe dos Correios).
Em 1960 foi inaugurado serviço de difusão com alto falantes distribuídos pela cidade, durante a gestão do Prefeito Hélio Cabral. A direção dos trabalhos estava a cargo de Darras. A aparelhagem era ligada com o prefixo musical “Canção de Setembro, September song\". Além dos informes do Município, eram divulgadas músicas, notícias e, eventualmente, programas de calouros. Na lida diária, iniciava o serviço de alto falante com seu estilo próprio: “Com esta característica sonora, entra no ar a “A Voz do Município” (Festas de Santana, Djalma Carvalho, 1977, pg. 80)
Darras Noya (in memoriam)
Por Raul Pereira Monteiro do livro Mosaico Poético
Manhã de estio - o sol em ascenção -,
Saí alegre qual um tico-tico,
Aventurando ver o rio \"Chico\",
Rompendo léguas sobre um alazão.
Ao meio-dia - chamejando o chão! -,
Piso o caudal e natação pratico,
Conheço Darras e com ele fico
Numa conversa de mútua afeição.
Talvez por sorte, que a Sorte é suprema,
Darras quis ver o salobro Ipanema,
Meu rio seco, fonte de saudade...
Viu-o e ficou. Uniu-se à nossa gente
Honrando o amor, que é a sagrada algema
Dos que edificam para a Eternidade...