✩1897 †1968

   Octávio Cabral de Vasconcellos.

Filiação- Dr. João Ignácio Cabral de Vasconcellos e Dona Joana Gonçalves Cabral de Vasconcellos.

Profissão do Pai- Tabelião Público em Recife – PE.

Data de nascimento- 06 de Junho de 1897.

Naturalidade – Recife – PE.

Irmãos: Cabral de Vasconcellos.

Pedro (Desembargador do TJ – PE); Gumercindo (Promotor de Justiça-PE) Oscar (Médico Ginecologista e Obstetra) João Ignácio (Eng. civil, Prof. Universitário e foi Dep. Estadual.) Arlindo (Médico Veterinário) Adélia C. de V. Brandão (do Lar) Carmelita C. de V. Campelo (do Lar).

Formação Educacional:

Cursos: Primário, Médio e Preparatório Colégio São Bento-Recife-PE.

Superior: Escola Superior de Agricultura em Recife –PE. Em 1917, na primeira turma dessa escola, fundada pelos Padres do Convento São Bento do Recife.

Pós –Graduação - Foi agraciado com uma bolsa de estudos, por ter sido o 1º lugar na sua turma de agronomia, na Universidade da Louisiana em Batom Rogue, nos Estados Unidos da América, por três anos. A Universidade tinha uma extensão em Cuba para aprimoramento dos seus alunos, local onde passou 8 meses estudando a cultura e industrialização da cana de açúcar.

De volta ao Brasil, em 1921, integrou-se nos quadros do Ministério da Agricultura, inicialmente no Rio de Janeiro. Em 1923, passou a servir em Alagoas como técnico do Ministério no Serviço de Algodão.

Constituição da família

Casou-se em 6 de junho de 1925 aos 28 anos de idade com Maria da Glória, filha de Manoel Rodrigues da Rocha e Maria Izabel Gonçalves da Rocha, que passou a chamar-se, após o casamento, Maria da Glória Rocha Cabral de Vasconcellos. Do casamento nasceram os filhos Rocha Cabral de Vasconcellos:

1)Hélio- Desembargador TJ/Al e ex-prefeito de Santana do Ipanema.2) Eunice- Procuradora de Estado de Alagoas.3) Yêdda-  do lar.4) Ilma – do lar.5) Sônia- Teóloga. 6) Nydia – do lar. 7) Evandro- Engº Agrônomo do Ministério da Agricultura.8) Octávio Filho- Universitário falecido precocemente aos 22 anos.9) Fábio- Procurador de Justiça de Alagoas.

Em 1950, Maria da Glória Rocha Cabral de Vasconcellos, faleceu.

Em 1960, o Dr. Octávio Cabral de Vasconcellos casou-se pela segunda vez com Otacila Navarro Cabral de Vasconcellos, assistente social, formada na Escola Ana Nery do Rio de Janeiro. Desse casamento nasceram mais dois filhos:

1)Carlos Navarro Cabral de Vasconcellos

2)Mônica Navarro Cabral de Vasconcellos.

Dr. Octávio Cabral de Vasconcellos, faleceu em 24 de dezembro de 1965, aos 68 anos de idade, já aposentado do Ministério da Agricultura, em Maceió-AL.

Fonte dos dados pessoais do patrono: Dr. Fábio Cabral de Vasconcellos, procurador do Estado de Alagoas aposentado e filho do patrono Octávio Cabral de Vasconcellos.

Atuação profissional de Dr. Octávio Cabral de Vasconcellos:

Fonte Gazeta de Alagoas – caderno interior – II - Maceió, Domingo, 23/07/ 2000. Manchete: 

E OS PRIMEIROS ARADOS CHEGARAM AO SERTÃO.

Tudo começou antes do inverno de 1925, no município de Santana do Ipanema, por iniciativa do agrônomo Otávio Cabral.

Reportagem: VALMIR CALHEIROS.

A população do sertão alagoano deveria estar comemorando, nestes meados de 2000, os 75 anos do surgimento do arado na região. Segundo pesquisa do escritor Tadeu Rocha, publicada em 1975 no Diário de Pernambuco, coube ao Eng. agrônomo Otávio Cabral de Vasconcellos fazer trabalhar o primeiro arado – um arado de aiveca- na Fazenda Sementes do então Serviço de Algodão do Estado, localizada no município de Santana do Ipanema.

“Para toda uma população sertaneja que vinha usando na lavoura somente a enxada, a utilização de arado no cultivo do algodão e, logo depois, no preparo do plantio do milho e do feijão, constituiu extraordinária novidade.”

De acordo com Tadeu Rocha, atrelados às juntas de bois na “sementeira” do antigo Curral do Meio, os arados de Otávio Cabral fizeram verdadeira revolução nas atividades agrícolas do município de Santana do Ipanema, que abrangia a extensa área de 2.150Km2. “E das terras de Santana do Ipanema, eles foram-se espalhando por outros municípios alagoanos e alcançaram os vizinhos solos de Pernambuco, a partir de Águas Belas.”

                            Também a rodovia.

Otávio Cabral, de volta ao Brasil, depois de sua especialização na Universidade de Louisiana, nos Estados Unidos, integrou-se nos quadros do Ministério da Agricultura, trabalhando inicialmente no Rio de Janeiro. Em 1923, passou a servir a Alagoas como técnico do citado Serviço do Algodão.

“Designado para instalar o Campo de Santana do Ipanema, ele adquiriu para o Serviço Estadual do Algodão a Fazenda Curral do Meio, em novembro de 1924.

Cercada a propriedade com arame farpado e estacas do mesmo tamanho (o que constituiu novidade na região), o diretor da Fazenda de Sementes faz também a primeira rodovia moderna do sertão alagoana, com leito abaulado, valetas laterais e rampas pavimentadas com lajes de granito, uma ponte de leito molhado no rio Ipanema, ligando Santana do Ipanema ao antigo Curral do Meio, numa extensão de 4 Km.

Antes mesmo que se iniciasse o inverno de 1925, o doutor Otávio (como ficou sendo chamado na região), começou a introduzir novas técnicas agrícolas no sertão de Alagoas, iniciando-se com o destocamento dos terrenos do Curral do Meio, para poder transformá-los em solos da Fazenda Sementes.

A técnica do destocamento, com a utilização da força de juntas de bois, chegava ao vale do médio Ipanema dois séculos após os começos da ocupação efetiva de suas velhas sesmarias”.

                              A hora do arado.

Tadeu Rocha prossegue com sua narrativa, informando que, logo que o inverno se firmou na região, foi chegando a hora do arado, revolvendo pela primeira vez os solos sertanejos do Alagoas. Os instrumentos empregados para isso, no futuro Campo de Sementes, foram os arados de aivecas atrelados à junta de bois. Concluída a aração dos solos, foram eles recortados por grades de dentes, também puxados por juntas de bois.

                           Convite à matutada.

Segundo ainda o escritor santanense, a fama da fertilidade dos solos arados no antigo Curral do Meio rapidamente correu pelas numerosas em que estava dividido o então muito extenso município de Santana do Ipanema. Por seu lado, os agricultores da região ficaram desejosos de conhecer as máquinas agrícolas utilizadas no Campo de Sementeira do governo.

Através do líder municipalista Valdemar de Souza Lima ( depois biógrafo de Graciliano Ramos), o agrônomo Otávio Cabral convidou a matutada para ver os modernos trabalhos agrícolas da Fazenda Semente.

                            Festa no Sertão

“ De uma feita, que uma centena de agricultores, montados a cavalo, foi ver a aração e gradeação das terras do Campo de Sementeira, bem como os algodoeiros viçosos plantados em fileiras regulares e a distâncias convenientes.

O resultado dessas visitas foi à utilização de arados em grande escala no sertão alagoano, com notável aumento de sua produção agrícola.

Só no município de Santana do Ipanema, dentro de poucos anos, já trabalhava alguns milhares de arados de aiveca, sulcando os solos para o plantio do algodão, do milho e do feijão”.

               Outras técnicas introduzidas e cargos assumidos

Fonte: pesquisa junto à população santanense e ao Dr. Fábio Cabral de Vasconcellos.

Além do arado de aiveca na região do sertão, conforme publicação da pesquisa de Tadeu Rocha nos jornais: Diário de Pernambuco e Gazeta de Alagoas, o Dr. Otávio também foi responsável pela implantação de uma moderna Indústria de beneficiamento da pluma de algodão, localizada na antiga Rua de São Pedro, no bairro do mesmo nome, com estação de captação d’água à margem do rio Ipanema, em poço amazonas, e conduzido até a Usina de beneficiamento através de uma adutora em aço carbono de 15”.

No Campo de Sementes foi construído um silo cilíndrico em alvenaria para conservação de forragens e alimentação de animais no tempo de escassez. Moderno curral para manejo do gado bovino já com brete. E introdução de reprodutores bovinos, com alto potencial genético para melhoramento de raças locais, da raça holandesa, indubrasil e pardo suíço, como também reprodutores eqüinos com a mesma finalidade das raças, inglesa e percheron ( para tração).

                           Resumo e cargos ocupados.

  Dr. Otávio fundou e implantou o Campo de Sementes, a Usina de beneficiamento, a construção de uma moderna via de acesso ligando Santana á antiga Fazenda Curral do Meio, técnicas modernas de construção de cercas, inclusive o arame farpado e estacas do mesmo tamanho, introdução do silo cilíndrico com forma de conservação de forragens, curral de manejo bovino, introdução de raças bovinas e equinas, da introdução do arado de aiveca e modernas técnicas do plantio do algodão.

Ocupou os cargos de: Agrônomo do Ministério da Agricultura em Santana do Ipanema, Diretor do Fomento Agrícola do Ministério da Agricultura de Alagoas por duas vezes e Diretor do Horto Florestal de Alagoas, atual IBAMA. Tendo assim, dedicado toda sua vida profissional à agricultura e pecuária do Estado de Alagoas.