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Academia Santanense de Letras, Ciências e Artes

Bartolomeu Barros

Cadeira Nº 35
Bartolomeu Barros

Bartolomeu Barros

Cadeira Nº 35

Bartolomeu Barros, um eterno aprendiz! A Amizade na Maçonaria. O que falar desse altivo irmão? Bartolomeu, um brejonense (quem nasce em Brejão, PE.), nascido em 22.10.1930, filho do Sr. José Ferreira de Barros e D. Alice Oliveira de Barros, irmão de João, Pedro e José. Nosso baluarte, desde cedo, aos 09 anos de idade, começa a trabalhar, para ajudar no sustento da família, saía de casa, com um tabuleiro, vendendo objetos perfumados, e percorria as cidades vizinhas. Foi, de certa forma, privado de ter uma infância como as outras crianças. Não teve brinquedos. Com tão tenra idade, já se comportava como um homem adulto, responsável. Trabalhando de sol a chuva, incansavelmente. Era retribuído com um sorriso, em forma de gratidão, ele estava fazendo o certo. Levava o alimento à mesa. 

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Fez o curso primário no Grupo Escolar Gabino Besouro, em Águas Belas, Pernambuco, e foi membro do movimento para o aperfeiçoamento moral e cívico denominado “Tropa de Escoteiro” naquela cidade. 


Aos 14 anos, já era um verdadeiro adulto. Independente, já tinha um troco para desfrutar da sua juventude. Eis que resolve ser padre! Não seguiu a vocação, pois lhe faltavam recursos financeiros... Anos mais tarde, juntamente com seus irmãos João e Pedro, muda-se para esta terra, às margens do rio Ipanema, terra abençoada pela nossa Excelsa Padroeira Senhora Sant’Ana.

Depois, já aqui estabelecido, traz a sua mãe e o seu irmão José. Aos 15 anos de idade era um jovem bonito, rosto com traços fortes, corpo bem definido e sempre era paquerado pelas garotas! Todavia, sempre correspondia a gentileza! Mas quem lhe conquistou o coração foi  Iraci. E do relacionamento nasceram:  César, Hiran, Rita, Francisco, Rosa Alice e Vitória. 

Cursou o segundo grau na Escola de Comércio do SENAC no Ginásio Santana. Antes de se tornar empresário da loja comercial “Casa O Ferrageiro”, exerceu o cargo de comerciário quando o fundador “Manoel Nepomuceno”, conhecido como seu Nezinho, resolveu vender o negócio ao promissor e hábil funcionário.

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Jugurta e Bartolomeu

Empresário do ramo de ferragens, desde o ano de 1954, proprietário da “Casa O Ferrageiro”, localizada na praça Manoel Rodrigues da Rocha, em sociedade com o senhor Jugurta Nepomuceno Agra, tendo uma filial na mesma cidade na rua Dr. Otávio Cabral – bairro monumento e outra na cidade de Paulo Afonso, Bahia, dirigida pelo sócio Jugurta. A empresa celebrou cem anos de existência no início do ano.

Cidadão honorário de Santana do Ipanema, associado atuante da Casa do Menor São Miguel Arcanjo e fundador das seguintes entidades: Rotary Club de Santana do Ipanema, Tênis Clube Santanense, Associação Comercial de Santana do Ipanema, Companhia Telefônica de Santana do Ipanema, Casa São Vicente de Paula, Loja Maçônica Benfeitora da Ordem Amor à Verdade (primeiro Venerável e eleito por mais quatro gestões), Grão-Mestre Estadual – Adjunto do Grande Oriente do Brasil em Alagoas (Maçonaria - Maceió).

Membro Honorário da Academia Maceioense de Letras – AML e sócio efetivo da Academia Santanense de Letras, Ciências e Artes – ASLCA.


Foi condecorado com a Comenda D. Pedro I - a mais alta condecoração da Maçonaria a um Maçom - pelos 50 anos de regularidade e efetiva participação. Detentor da Comenda João Yoyô da Silva Filho, instituída pelo Ginásio Santana; Detentor da Comenda Floriano Salgueiro Silva, instituída pelo Rotary Club de Santana do Ipanema. Em 2010 foi homenageado com o Troféu Maltanet – Portal Maltanet.

Escritor com 03 livros lançados “Vida Boa”, “Sob a Copa da Acácia Amarela” e recentemente “Santana, Sua gente… Seu humor”, Uma obra que reúne sessenta e oito crônicas, na qual o autor fala sobre pessoas de seu convívio que de certa forma tiveram ou têm história na terra de Senhora Sant’Ana. 

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Estádio Arnon de Melo 

Década de 60 Câmara Júnior x Rotary Clube 01-Raimundo Melo, 02-(?), 03-Luiz Medeiros, 04-Gumercindo Brandão, 05- Aderval Tenório, 06-Miguel Júnior, 07- Padre Cirilo, 08-Bartolomeu Barros,09 - João de Aquino Rocha,10- João Agostinho, 11- Henaldo Bulhões, 12 Jaime Costa, 13- Manoel Constantino, 14-Lincoln Jobim e Costinha (Juiz e Bandeirinha) Agachados: 01-(?), 02- Ernande, 03-Antonio Azevedo,04- Darras Noya, 05 - Mileno, 06 - Leovigildo, 07-Zezito Tenório, 09-Eraldo Bulhões e 10- Adelson Miranda

A importância que ele dava às instituições era algo incomum. Homem intensamente integrado aos movimentos sociais da comunidade de invejável dedicação de mais de meio século aos trabalhos da Loja Maçônica. Intrinsecamente cooperativo. No dizer do cientista suíço Piaget “... a cooperação é o tipo de relação interindividual que representa o mais alto nível de socialização. E é também o tipo de relação interindividual que promove o desenvolvimento.” Portanto, sigamos a ciência e o exemplo de quem soube contribuir para uma sociedade mais justa e fraterna. Afinal, as palavras comovem, mas os exemplos arrastam...

Nos registros do Grande Oriente do Brasil consta que a Loja Maçônica Amor à Verdade nº 1895 foi fundada em 03.07.1973. Isto porque os registros trazem a história das pessoas e das instituições. Mas a saga da “Amor à Verdade” é mais velha do que sua história...

Nos anos 50 do século passado já o ideal maçônico inflamava-se nas terras de Senhora Sant’Ana, pois muitos santanenses, deslocando-se para outros orientes, principalmente Maceió, haviam mergulhado a inquietude de suas buscas nas águas benfazejas da maçonaria. Assim é que 10 obreiros, aqui radicados, idealizaram a fundação de um corpo maçônico, inicialmente um triângulo denominado “Amor à Verdade”, de que não há registro escrito, mas está na lembrança lúcida e descortinada do irmão Bartolomeu Barros, que na época já era grau 18, que significa “soberano príncipe Rosa-Cruz”. Os três primeiros Graus Simbólicos ou Maçonaria Simbólica (Aprendiz, Companheiro e Mestre), representam as três etapas da evolução do pensamento humano: intuição, análise e síntese. Ao todo são 33 graus.

O que temos em arquivo daqueles tempos é um caderno “Colegial” – livro de presença de uma instituição que se denominava “Loja Firmeza à Ordem” e que fez reuniões a partir de 29.04.1957 até data não apurada... (Texto extraído da Peça de Arquitetura apresentada pelo irmão Antônio Alves Sobrinho – Tonho Cupim, quando do quadragésimo aniversário da ARLS Amor à Verdade, nº 1895, no ano de 2013). 


Bartolomeu foi o fundador desta Oficina, foi o 1º Venerável que comandou o 1º Malhete com divina maestria. Exerceu vários cargos na loja, dentre os quais foi Adjunto de Grão Mestre. Para  Bartolomeu Barros, a amizade foi uma virtude pura e desinteressada, é livre e espontânea; é um carinho cheio de abnegação, um laço indivisível muito estreito; é um sentimento muito fundo, firme e duradouro.

Já dito pela colaboradora Cilene, Bartolomeu com humildade e honestidade conseguiu chegar ao ponto mais alto que um ser humano pode alcançar. Saber lidar com os problemas é uma forma de viver intensamente a cada instante. “Ao subir a montanha de minha velhice contemplo o jardim de minha juventude”. O pensamento, de um autor desconhecido, era o seu lenitivo. Para nós, Bartolomeu foi mais que um irmão, um amigo. Um conselheiro. Uma coluna fortíssima! 


O irmão estaria completando 92 anos, sábado, 22.10.2022. Faleceu em 16.10.2022.


O texto contém trechos de artigos escritos por Cid Araújo Wanderley, Alberto Jorge da Mota Silveira, Antônio Alves Sobrinho(Tonho Cupim) e biografia publicada no portal Maltanet.