✩1921 †1966

\"Breno Rocha Accioly, médico de profissão e escritor por vocação, é apresentado como \"figura singular\" e ao mesmo tempo \"controvertida\", pois sua \"vida foi marcada por desencontros afetivos, crises existenciais e internamentos em manicômio\" (BONFIM, 2005, p.141-142).

Segundo Heliônia Ceres (1984) (...) À infância de Breno não faltaram histórias de assombração, uma vez que o sobrado no qual morava era mal-assombrado. (...) Aos dois anos de idade o menino sofreu um tombo nas escadarias do sobrado, (...) batendo violentamente com a cabeça. A essa pancada alguns parentes (...) atribuíram (...) a causa dos males mentais que mais tarde viria acometer o jovem Breno. Eram crises de depressão que se sucediam e o tornavam agressivo... Seu temperamento não inspirava necessariamente simpatia.

O contato com o mundo da insanidade na sua infância, através dos seus vizinhos, o influenciará decisivamente nas suas obras. Em meados de 1930 muda-se para Maceió. Breno tem 9 anos. D. Lourdes, sua mãe, morava na ladeira da catedral onde ocorriam encontros artísticos, fazendo com que Breno tivesse permanente contato com o universo artístico. Junto com Lilly Lages , Linda Mascarenhas e outras mulheres avançadas da época participa da \"federação para o progresso feminino\" que mantinha periodicamente o semanário \"O semeador\" com publicações do grupo. É nesse jornal que Breno publica em 1937, as suas primeira narrativas. Em 1938, muda-se para Recife. Foi amigo do poeta João Cabral de Melo Neto e Gilberto Freire. Publica alguns contos no Jornal do Comércio e tudo leva a crer que, em 1943, ao se transferir para o Rio de Janeiro, já levava na bagagem alguns contos da coletânea - João Urso - que o consagraria. Faleceu em 1966, com 45 anos, no Rio de Janeiro.